Braz da Silva quer Scolari para treinador

Candidatura a líder do Sporting poderá ser apresentada em Lisboa no dia 15.

O brasileiro Luiz Felipe Scolari, seleccionador nacional entre Fevereiro de 2003 e Junho de 2008, é o treinador que José Braz da Silva, candidato à presidência do Sporting, pretende para suceder a Paulo Sérgio na próxima época. Sobre o assunto, Braz da Silva não faz comentários, limitando-se a admitir que "todo o universo sportinguista pretende um rumo novo e um novo líder". Ao mesmo tempo, Braz da Silva admite a possibilidade de a sua candidatura ser "apresentada em Lisboa no próximo dia 15".

No Palmeiras, a presença de Scolari tem sido marcada por polémicas e o técnico brasileiro vai avaliando a continuidade, embora lidera o campeonato paulista. O episódio da contratação de Ronaldinho Gaúcho pelo Flamengo foi uma contrariedade para Scolari que criticou Roberto Assis, irmão e empresário do antigo melhor jogador do Mundo. "O Palmeiras foi correcto, quem não cumpriu com a palavra foi Assis", acusou. Outra controvérsia foi o seu veto à entrada de Rivaldo no plantel. Aos 37 anos, o jogador que ajudou Scolari a ser campeão mundial em 2002 e revelou ter indicado o nome do técnico para o Bunyodkor do Uzbequistão, onde também jogou, foi recusado por Scolari, optando por voltar ao futebol no São Paulo.

316 mil euros por mês

Em Junho do ano passado, quando recusou propostas do Internacional de Porto Alegre e do Flamengo, assinando pelo Palmeiras, Scolari reconheceu, ainda na África do Sul, onde acompanhava os jogos do Mundial, que agira em função de questões relacionadas com os estudos universitários do filho Fabrício. Mas a presença de outro filho a trabalhar em Portugal poderia servir como factor de estímulo para o regresso do treinador a Lisboa.

Contudo, também há questões que funcionam contra a vinda de Scolari. Desde logo, o problema do elevado salário - segundo o próprio presidente do Palmeiras, Gonzaga Belluzzo, foi necessário encontrar diversos patrocinadores para garantir o pagamento do salário mensal do técnico, conforme sucedera na sua passagem pela selecção nacional, que ascende a 316 mil euros mensais.

Além disso, o próprio Scolari indicou, em 2009, que pretendia deixar de treinar aos 65 anos - tem 62 - e sublinhou a ideia de que o afastamento, em 2014, poderia acontecer ao comando de uma selecção, talvez mesmo a brasileira, pois jogará o Mundial em casa. "Gostaria de treinar uma selecção no Mundial de 2014. Seria bom despedir-me em grande estilo na competição em minha casa, mas orientar a selecção do Brasil não é prioridade", considerou. Ontem, no Estádio Pacaembú, antes do clássico com o Corinthians, o técnico foi homenageado pelos 300 jogos no Palmeiras e deixou uma mensagem: "Quero ficar aqui até ao final de 2012 e devo fazer mais uns 100 jogos."

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Terá o Sporting capacidade financeira para pagar cerca de 300 mil euros por mês?